O caminho para a canonização inicia-se com o reconhecimento pelos fiéis que testemunham a intercessão e os milagres. Posteriormente, a Igreja, em nome de Deus, oficializa o processo por meio da beatificação e, finalmente, da canonização.
O tempo necessário para esse processo não é o dado mais importante, já que o casal santo, o jovem ou a religiosa, ou seja, qualquer candidato a esse processo, são reconhecidos e venerados devidamente.
Assim aconteceu com São Luís Martin e Santa Zélia Guérin, pais de Santa Teresinha. Eles foram o primeiro casal canonizado em uma única cerimônia na história da Igreja.
Então, vamos conhecer essa bela história e, até mesmo, ganhar um casal de amigos no céu, para que possam interceder por nossas famílias em nossas orações!
Um casal santo: quem são Luís e Zélia
Luís Martin nasceu em Bordeaux (França) em 1823 e faleceu em Arnières-sur-Iton (França) em 1894. Enquanto Maria Zélia Guérin nasceu em Saint-Denis-Sarthon (França) em 1831 e faleceu em Alençon (França), em 1877.
Ambos eram filhos de militares e receberam uma educação bem rigorosa, disciplinada, em uma sociedade muito difícil na época, no entanto a presença de Deus era constante, tanto que eles desejaram a vida religiosa antes de se decidirem pelo matrimônio.
Porém, não foram aceitos nos mosteiros. Ela queria as Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo e ele o Mosteiro de São Bernardo, então seguiram suas vidas até se encontrarem, casaram-se após três meses, tudo sob o olhar e o cuidado divino.
O casal santo dedicou-se com muito amor à família. Luís trabalhou como relojoeiro e joalheiro e Zélia como empresária de uma oficina de bordado até que a crise econômica na França os obrigou a deixarem a cidade de Alençon e se mudarem para Lisieux com suas filhas.
Um casal santo gera filhos (as) santos
O Papa Francisco, durante o Sínodo da Família, em outubro de 2015, ao celebrar a missa da cerimônia de canonização do casal santo São Luís Martin e Santa Zélia Guérin disse:
“Os santos esposos viveram o serviço cristão na família, construindo dia após dia um ambiente cheio de fé e amor; e, neste clima, germinaram as vocações das filhas, nomeadamente a de Santa Teresinha do Menino Jesus”.
Contudo, essa santidade tem uma receita simples: o casal santo, desde sua juventude, cultivou a amizade com Deus, e após o casamento participou da missa, da confissão, rezando o terço, como devotos de São José e praticando a caridade.
Desse modo, apresentaram a Deus uma bela família. Deles nasceram nove filhos, quatro morreram crianças e cinco filhas sobreviveram, entre elas Santa Teresinha, a padroeira das missões e Doutora da Igreja. Mas a vida não lhes poupou em nada!
Em 1877, Zélia morreu devido a um câncer, deixando a filha mais nova com 4 anos. Luís se encontrou sozinho com as filhas e devotou a elas toda sua atenção. Das cinco filhas, todas entraram no Carmelo e não lhes faltou afeto, educação, sacrifício e temor a Deus.
São Luís e Santa Zélia, rogai por nossas famílias
O casal santo foi beatificado em 19 de outubro de 2008, em uma cerimônia presidida pelo cardeal José Saraiva Martins, realizada na Basílica de Lisieux, dedicada à Santa Teresa do Menino Jesus.
Posteriormente, a canonização aconteceu em 18 de outubro de 2015, na praça de São Pedro e foi presidida pelo Papa Francisco.
Mas o que um casal santo, do século XIX, tem a nos ensinar sobre vida e santidade hoje?
- A escolha da vocação: quando Zélia encontrou-se com Luís, ela escutou uma voz que lhe disse “Foi este que eu preparei para ti”. Luís tinha 34 anos e Zélia 26 anos. Para a época, já deviam estar casados, mas esperaram a Vontade de Deus e assumiram o matrimônio como uma vocação com suas graças e exigências.
- Construíram uma Igreja doméstica: Santa Zélia ensinou uma pequena e bela oração aos seus filhos para todas as manhãs: “Meu Deus, eu vos dou meu coração, tome-o, por favor, para que nenhuma criatura o possua, mas só Vós, meu Bom Jesus”. A presença de Deus era reconhecida desde a infância entre elas.
- Enfrentando as dificuldades juntos: Além da doença precoce da mãe, houve a enfermidade do pai na velhice. O sofrimento esteve presente, mas não diminuiu a fé e a confiança em Deus, ao contrário. Eles colocaram Deus no centro de tudo.
Enquanto tantos lutam por sucesso e poder, o casal santo nos ensina a lutar pela família, sem deixar o trabalho, enfrentando desafios e sofrimentos com fé, esperança e caridade. O fruto dessas escolhas é a santidade, ou melhor, a presença viva de Deus na família.
A santidade é viver o ordinário como algo extraordinário
O que esse casal santo fez de extraordinário? A resposta é simples: nada que não possamos realizar! O segredo deles continua acessível: a Santa Missa, a devoção à Virgem Maria e a São José, a oração, sem esquecer os sacrifícios e a caridade.
Logo, São Luís e Santa Zélia nos ensinam a encontrar a medida certa para dar a Deus o lugar que Ele merece. Assim, que possamos aprender com eles a fazer da família uma igreja doméstica, fazendo do ordinário algo extraordinário.
E quando nos faltarem as forças, supliquemos a intercessão de São Luís e Santa Zélia, e Deus com certeza nos guiará e abençoará nossas famílias.
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