Série Paz no Mundo: Os papas em meio às guerras

Os Papas da Igreja Católica não são apenas líderes espirituais, mas chefes de estado, isso porque o Vaticano é o menor estado do mundo e sua autoridade política é o Papa. Dessa forma, como representantes de um país, os Papas se posicionam diante de conflitos mundiais.

O mundo enfrentou duas guerras mundiais. Cada uma delas causou desastres irrecuperáveis nos países, nas vidas e nas relações internacionais. E nenhuma delas foi negligenciada pelos Papas, mas cada um se tornou um porta-voz da paz em meio aos conflitos.

Logo, neste último post da série Paz no mundo, falaremos sobre o posicionamento dos Papas em meio às guerras. Na verdade, existem muitos conflitos civis acontecendo no mundo, mas apenas alguns estão na mídia. 

De forma que citaremos as duas guerras mundiais, que abalaram a história e os conflitos que assistimos na atualidade. Confira e, desde já, rezemos para que o apelo pela paz do Santo Padre seja ouvido pelos governantes.

Entre os Papas, o Papa da Paz – Bento XV – na Primeira Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial aconteceu de 28 de julho de 1914 até 11 de novembro de 1918. Na época, com a morte do Papa Pio X, o Cardeal Giacomo della Chiesa foi eleito Papa, após três meses do início da guerra, adotando o nome de Bento XV. 

Seus primeiros anos de pontificado foram uma luta contra a guerra, que ele declarou como “suicídio da Europa civilizada”. Seus escritos foram marcados por apelos em favor da paz e súplicas em favor das vítimas da guerra, independente de suas posições políticas.

Em dezembro de 1914, o Papa apelou para uma trégua de Natal, pedindo que “as armas se silenciassem ao menos na noite em que os anjos cantam”. O apelo foi oficialmente ignorado, houve apenas tréguas informais, casuais e não autorizadas em frontes ocidentais.

Com o fim da guerra e suas consequências, o Papa Bento XV foi homenageado em Istambul com uma estátua onde se lê: “o grande papa da tragédia mundial (…), o benfeitor de todas as pessoas, independentemente de nacionalidade ou religião”.

Em sua morte, bandeiras foram hasteadas a meio mastro nos prédios do governo italiano pela primeira vez por ocasião da morte de um papa desde o estabelecimento do Reino da Itália, e Bento foi chamado de Papa da Paz.

A Segunda Guerra Mundial mobilizou os Papas

Durante seis anos, o mundo conheceu uma das guerras mais cruentas da história, a Segunda Guerra Mundial (1º de setembro de 1939 a 2 de setembro de 1945), e os Papas foram representados por Sua Santidade o Papa Pio XII.

Lembremos que a Itália estava sob o poder de Mussolini, que era a favor do nazismo. Logo, qualquer posicionamento era delicado para o Papa, mas sua santidade se empenhou em salvar vidas e assim o fez com os judeus, principais perseguidos pela Alemanha Nazista. 

Tanto que os arquivos do Jornal do Vaticano afirmam que o Papa Pio XII salvou pessoalmente pelo menos 15 mil judeus. Em 31 de outubro de 1942, em plena Guerra, ele consagrou a Igreja e o Gênero Humano ao Coração Imaculado de Maria. 

Por causa da sua luta pela paz, o Papa Pio XII chegou a ser ameaçado de sequestro por  Hitler, por causa disso, ele  teria  escrito uma renúncia ao Pontificado que seria publicada caso o sequestro acontecesse! Isso é um sinal do seu posicionamento contra a guerra.

Inclusive, arquivos recentes mostram o quanto o Papa trabalhou em benefício dos judeus por trás dos holofotes. O livro “Pio XII e os Judeus”, do arquivista do Vaticano Johan Ickx, mostra a grande obra de Pio XII e do seu gabinete em benefício dos judeus.

A luta pela paz é um compromisso com o Evangelho

Quando falamos que a Segunda Guerra mobilizou ‘os papas’ é porque ela deixou um rastro violento e alcançou a vida de muitos santos, inclusive João Paulo II, que se tornou seminarista nesse conflito mundial. A dor dessa guerra levou aos altares muitos santos.

Após a Segunda Guerra, começou a guerra fria – o conflito entre os países do bloco comunista e os capitalistas – e a Igreja estava sob a orientação de São João XXIII, o papa que foi diplomata do Vaticano nessa mesma guerra e ajudou a salvar inúmeros judeus.

Sua Encíclica Pacem in Terris  é um marco contra a guerra quando ele afirma que “A paz na terra, anseio profundo de todos os homens de todos os tempos, não se pode estabelecer nem consolidar senão no pleno respeito da ordem instituída por Deus”.

Mas os Papas deixam um enorme legado para a humanidade. Também oriundo da guerra, surge João Paulo II – o primeiro papa polonês – e depois dele, criado fugindo dos horrores da alemanha nazista, Bento XI, ambos deixaram posicionamentos fortes contra guerra.

O Papa Francisco e o apelo pela paz!

Atualmente, fala-se muito sobre o conflito entre a Palestina e Israel, depois do ataque que o grupo de militantes palestinos Hamas fez contra a população israelenses, que levou o governo de Israel declarar formalmente o estado de guerra contra os palestinos.

Mas essa guerra se soma a tantas outras já existentes no mundo e desconhecida pela maioria da população mundial, são elas: Conflito entre Azerbaijão e Armênia; Guerra da Síria; Guerra Civil no Iêmen e a Guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

A exemplos dos outros Papas, o Papa  Francisco pede insistentemente pela paz e se posiciona contra qualquer tipo de conflito, desde o início de seu Pontificado. Na recente guerra entre Rússia e Ucrânia, o Papa manifestou todo o seu pesar e sofrimento.

Sobre o conflito entre a Palestina e Israel, ele declarou: “Peço aos fiéis que assumam apenas um lado nesse conflito: o da paz”. “Dois povos, dois Estados” afirmou recentemente o pontífice como uma solução para o fim dessa guerra.

Dessa forma, constatamos o empenho dos Papas em favor da vida, da dignidade, do direito à liberdade e da paz! Eles são vozes que clamam no deserto da insensibilidade diante do valor da vida! Mas eles não estão sozinhos! Levantemos a bandeira da paz agora mesmo!

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