Os Salesianos de Dom Bosco, liderados por Mons. Luiz Lasagna, chegaram a Cuiabá a 18 de junho de 1894, vindos de Montevidéu – Uruguai, a pedido do Bispo de Cuiabá, Dom Carlos Luiz d’Amour e do Governador de Mato Grosso, para auxiliar no trabalho pastoral do povo, mas, especialmente, para evangelizar os Índios Bororo, que viviam aldeados sob a vigilância do Exército.
Pe. Antônio Malan foi nomeado primeiro Diretor e Pároco, responsável
pelos Salesianos. Do Bispo recebeu os cuidados da Paróquia São
Gonçalo do Porto e, do Governador, o mandato de dirigir a Colônia
entre os Índios.
Na Paróquia, os Salesianos movimentaram o povo para construir uma
nova Igreja dedicada a São Gonçalo, pois a original, de adobe e que
fora construída em 1789, estava caindo em ruína. Com a ajuda do
povo, iniciaram-se os trabalhos, que levaram à inauguração da Igreja
no ano de 1920. Em 1916 foi erguida, no alto da torre da Igreja, de 36
metros, uma estátua do Cristo Redentor, de 3,40m de altura.
Em 1° de setembro do mesmo ano da chegada, 1894, os Salesianos
abriram, ao lado da Igreja São Gonçalo, uma pequena escola primária.
Apareceu claramente a necessidade de um espaço maior: foi
comprada uma chácara onde, atualmente, se erguem as construções
do Colégio Salesiano São Gonçalo e o Santuário de Nossa Senhora
Auxiliadora.
Crescendo o número dos alunos, foram erguidas novas construções e
apareceu a necessidade de um ambiente maior para a vivência
religiosa. Em 1912 o Diretor do Liceu, Pe. Francisco de Aquino Correa,
mais tarde Arcebispo de Cuiabá e Governador de Mato Grosso, decidiu
construir uma Igreja maior, dedicada a Maria Auxiliadora, que
atendesse aos alunos e ao povo da redondeza. A Igreja ia surgir no alto
do morro onde foi construído o Colégio, olhando para a Prainha.
A primeira pedra, marcando o início dos trabalhos, foi colocada no dia
24 de maio, dedicado a Maria Auxiliadora pela devoção salesiana. O
Pe. Francisco de Aquino Correa convidou Pe. Bálzola, para trazer um
grupo de Índios Bororo da Missão de Merúri, os quais demonstrassem ao
povo cuiabano que sabiam ser eficientes trabalhadores, com a tarefa
de escavar os alicerces do templo. Quem conhece a rocha com que é
feito o morro, dura e elástica ao mesmo tempo, sabe quanta energia os
índios tiveram que gastar para conseguir o intento. Receberam os
elogios de todos e voltaram com muitos presentes para a Missão de
Merúri.
A construção da Igreja continuou nos anos seguintes, conforme as
possibilidades. Foi adquirida uma linda imagem da Virgem Auxiliadora,
que foi coroada em 1919 por Dom Angelo Scarpardini, primeiro Núncio
apostólico a visitar Cuiabá. A ocasião especial foi o bicentenário de
Cuiabá e o jubileu de prata da chegada dos Salesianos. A Igreja foi
inaugurada, embora não acabada, no ano de 1929, quando da
beatificação de Dom Bosco.
O Santuário é a única Igreja da cidade construída em estilo neogótico e
que possui abóbadas de aresta. A Igreja tornou-se um grande Centro
de peregrinações marianas, para ela acorrendo os fiéis nas rezas do
terço, na coroação de Nossa Senhora e nas solenidades
marcadamente marianas.
A torre da Igreja foi construída durante o período em que o Colégio foi
dirigido pelo Padre Mario Pellattiero, nos anos 1959 e 60. A Igreja foi
construída em tijolos mássicos, mas a torre já utilizou cimento armado e
ergue-se, esbelta, no alto do morro. O cume da torre possui uma saída e
um pequeno terraço para os mais corajosos contemplar o lindo
panorama da Prainha, do Rio Cuiabá e do Centro histórico da cidade.
No final da década de 1980 houve uma profunda reforma interna do
Santuário, para adaptá-lo às reformas litúrgicas do Concílio Vaticano
II. No período de 2008 a 2012 foi realizada a reforma total, interna e
externa, do Santuário. No dia 1o de junho de 2008, o Núncio Apostólico
Dom Lorenzo Baldisseri, segundo Núncio a visitar Cuiabá, realizou a
dedicação do Santuário.
Sobre um monte no qual pode ser visto por todos, o Santuário é um dos
cartões postais de Cuiabá, pela beleza singular do templo, é a Igreja
em que mais são celebrados casamentos. Em um de seus altares o
Santuário conserva a belíssima imagem da Mãe Auxiliadora abençoada
por São João Bosco.
P. JOÃO VITOR ORTIZ, SDB – REITOR DO SANTUÁRIO
“AD MEAM COMEMORATIONEM”
Celebrando a Liturgia do 3o Domingo do Tempo Comum, no dia 22 de
janeiro de 2023 o P. João Vitor Ortiz, SDB, assumiu o governo do
Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora como seu novo Reitor. A
comunidade do Santuário acolheu com alegria o sacerdote salesiano
nas missas dominicais.
Sacerdote há 7 anos, Pe. João Vitor é natural de Iacanga-SP, ingressou
na Congregação Salesiana em 2005, graduou-se em filosofia, teologia e
administração. Como presbítero, exerceu o ministério sacerdotal
durante esses anos em Campo Grande (MS) como pró-reitor da
Universidade Católica Dom Bosco, vice-diretor do Colégio Salesiano
Dom Bosco, além de um reconhecido trabalho com os jovens na
Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora.
“AD MEAM COMEMORATIONEM”
João Vitor escolheu como lema de sua ordenação sacerdotal a frase
“Em memória de mim” extraída do livro de Lucas, capítulo 22, versículo
19. Na ocasião ele disse que ao se tornar padre, a frase será repetida
por ele diariamente durante a celebração a Eucaristia.
“Como salesiano presbítero, continuarei minha missão de fazer
memória. Porém, pelo sacerdócio ministerial, receberei o múnus de
realizar os Sacramentos agindo em nome de Cristo. Oferecerei por
minhas mãos a oferenda do povo sacerdotal, invocarei sobre as ofertas
o Espírito Santo celebrando o Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição.
Pelo Ministério da Igreja e em nome da Trindade, realizarei o Mistério da
Reconciliação e darei aos doentes a unção que cura. Peço ao Bom
Deus que eu viva meu sacerdócio sabendo que o Ministério Ordenado
é sempre um serviço”.